sexta-feira, 8 de maio de 2009

Gritos em Silêncio

Chagas abertas
‘Inda não cicatrizadas
Nunca d’antes tocadas.

Feridas por vezes abafadas
Disfarçadas, maquiadas
Mas que ainda estão aqui.

Surgiste sem pedir licença
Desbravando mares bravios
Agora águas turvas e paradas
Sobre lençóis d’água revoltos
No entanto, solitários, soltos
A busca de nova embarcação

Que desvende teus mistérios
Exponha novamente impropérios
Mantidos em velado silêncio
E navegue, embora singelo
Mas que ‘inda cause espanto
No entanto
Em um coração cansado
Mas que insiste em continuar batendo

Lançando o sangue por túneis escuros
Alimentando extremidades
Deste corpo conservado gélido
Como se estivesse à espreita

Do sentimento mais nobre
Que se aproxima e o mal encobre
Deixando para trás a imponência dos cortes
Que ficarão esquecidos
Pelo amor que começou.

Rosana Kolaga

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