Por quantas vezes por medo de cair deixei de andar?
Tantas vezes deixei de tentar por medo de não conseguir...
Muitas vezes por querer ficar deixei de partir.
E agora me vejo parada, sem saber para onde seguir.
Quisera de volta o vigor da juventude
A inquietude de quem pensa o mundo poder mudar.
Mas a descrença me tomou pelas mãos
Desisti antes mesmo de tentar.
Muitas vezes, porém,
Precipitadamente me atirei
Em caminhos que pareciam certos
Mas onde certamente me enganei.
E a cada deslize que cometo
Em cada tropeço que caio
Cada vez que me desmorono
Sinto-me um simples espantalho.
Os corvos pousam em meus braços
Como que caçoando do meu embaraço.
Nem a tão simples obra me presto
Apesar do peso do meu cansaço.
Mas quando menos espero as forças me voltam
Do abismo ressurge a vontade
E, mesmo abatida, ergo novamente a cabeça.
E fito o horizonte antes que o sol desapareça.
Vejo, porém, que ao contrário do que penso,
O mundo não gira ao meu redor
Deixo de lado o egocentrismo
E tento transmutar esses escombros em algo melhor.
Ainda creio no amor mesmo que não me apeteça
Ainda acredito em algo mesmo que eu desconheça
Continuarei errando se essa é minha sentença
Até o dia em que eu desvaneça.
Rosana Kolaga
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário